Ozempic e Mounjaro: Anvisa exige retenção de receita para 'canetas emagrecedoras'

Ozempic e Mounjaro: Anvisa exige retenção de receita para 'canetas emagrecedoras'
Foto: reprodução/TV Cidade | RECORD.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nova regra que exige atenção redobrada de quem utiliza ou planeja utilizar as populares "canetas emagrecedoras". A partir de agora, farmácias e drogarias em todo o Brasil são obrigadas a reter a receita médica na venda de medicamentos como Ozempic e Mounjaro (tirzepatida). A medida, que já está em vigor e se estende até abril de 2026, quer combater o uso indiscriminado desses remédios, inicialmente desenvolvidos para o tratamento de diabetes tipo 2, mas que ganharam notoriedade por seus efeitos na perda rápida de peso.

A mudança busca frear a popularização do uso sem acompanhamento médico, que tem levado a um aumento nas notificações de efeitos colaterais.

"O que nós temos visto é o uso indevido e o que chamamos de recreativo da medicação, que é uma ótima medicação para perda de peso ou para o tratamento do diabetes. Porém, não havia regulamentação. Qualquer um poderia comprar a medicação sem receita", explica o cirurgião bariátrico Roclides Lima.

Com a nova exigência, a receita médica para esses medicamentos deve ser emitida em duas vias, ter validade de até 90 dias e agora ficará retida na farmácia, de forma similar ao que já ocorre com antibióticos. Além disso, farmácias e drogarias terão que registrar toda a movimentação desses medicamentos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC).

Segundo Roclides Lima, a regulamentação deve garantir que o paciente esteja "acompanhado por uma equipe especializada em relação à prescrição da dose adequada, de acordo com o seu peso, e avaliar se tem algumas comorbidades que contraindiquem a medicação". A medida é comparada à regulamentação dos antibióticos, que também eram usados indiscriminadamente.

O aumento nas notificações de efeitos colaterais impulsionou a decisão da Anvisa, especialmente em casos de automedicação ou uso sem orientação profissional. "Se usada de forma indevida, principalmente em relação à dose e em pacientes com algumas contraindicações, a medicação pode causar vários efeitos colaterais", alerta o cirurgião.

Entre os efeitos colaterais mais comuns estão náuseas e desmaios. No entanto, o especialista reforça a importância de estar atento a sinais de reações mais sérias, reforçando que o acompanhamento médico é fundamental durante todo o tratamento.

Mais informações na reportagem de Nicolly Jansen, para a TV Cidade | RECORD.

Assista abaixo:

Fique ligado! O Balanço Geral MA, com Ailton Nunes, vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir de 11h50, pela TV Cidade | RECORD.

Ozempic e Mounjaro: indicações e potencial de perda de peso

Embora conhecidas por auxiliar na perda de peso, as canetas injetáveis têm como indicação principal o tratamento do diabetes tipo 2 e, mais recentemente, a obesidade. A prescrição é recomendada para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 (obesidade grau 1), ou com IMC acima de 27 acompanhado de comorbidades como esteatose hepática (gordura no fígado), apneia do sono, hipertensão e colesterol alto.

Roclides Lima destaca que o Mounjaro, por exemplo, pode levar a uma redução de peso já nas primeiras quatro semanas. "Lembrar que é uma excelente medicação, ela deve ser prescrita pelo médico especializado no emagrecimento, então o resultado vai aparecer já nas primeiras quatro semanas", afirma. O médico explica que as doses são progressivas e que o efeito máximo da tirzepatida (Mounjaro) pode chegar a uma perda média de 22% do peso corporal em cerca de 70 semanas. Ou seja, uma pessoa de 100 quilos pode perder 22 quilos nesse período.

No entanto, é crucial que a diminuição da dose também seja feita de forma progressiva. "A pessoa não pode tirar o remédio logo de cara porque vai ter um efeito rebote importante, o reganho de peso com certeza", adverte o especialista.

A ação da Anvisa visa garantir que a busca pela perda de peso não comprometa a saúde dos usuários, reforçando a necessidade de supervisão profissional para um uso seguro e eficaz desses medicamentos.

 

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