Você já atendeu uma ligação e o telefone ficou mudo? Ou o celular tocou, você atendeu, mas a chamada caiu antes mesmo de um "alô"? Se sim, você pode ter sido alvo das "chamadas fantasmas", uma tática de criminosos para identificar potenciais vítimas de golpes. O que parece inofensivo pode ser o primeiro passo para fraudes complexas e até mesmo falsos sequestros.
Segundo o especialista em segurança da informação, Humberto Caetano, essas "ghost calls" têm um objetivo muito específico: verificar quais números de telefone estão ativos e possuem uma pessoa do outro lado da linha.
"Com certeza você já deve ter atendido uma ligação e na hora o telefone fica mudo. Mas o que muita gente não sabe é que por trás dessa situação aparentemente inofensiva, pode ser o início de um golpe: as chamadas fantasmas. Os criminosos verificam se os números estão ativos e dessa forma identificam possíveis vítimas", explica Caetano.
As "chamadas fantasmas" são realizadas por robôs que disparam ligações em massa a partir de números desconhecidos, muitas vezes de outros estados ou até mesmo de fora do país. Quando alguém atende, mesmo que por um breve "alô", o número é registrado como ativo e separado para futuras ações criminosas.
"Se a pessoa atender, falar um alô, alguma coisa desse tipo, aquela informação é então registrada pelo robô e aquele número é separado. Em seguida, aquele número pode ser utilizado para fazer algum tipo de golpe, algum tipo de central telefônica criminosa que vai ligar dizendo que é uma operadora, alguma coisa desse tipo, algum tipo de ligação com sequestro falso ou algum tipo de tentativa de roubo de dados", detalha Humberto Caetano.
Esses números identificados podem ser usados para aplicar fraudes variadas, desde simular falsas centrais de atendimento de bancos ou operadoras, até tentativas de golpes como o falso sequestro, onde os criminosos tentam extorquir dinheiro das vítimas.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem agido para combater esse problema. Entre 2022 e 2025, a agência bloqueou cerca de 200 bilhões de chamadas de números desconhecidos. No entanto, o problema persiste, já que a tecnologia também avança para os golpistas.
A principal arma do usuário para se proteger é a prevenção. "Para que a gente possa se proteger desse tipo de ataque, a gente pode utilizar algumas técnicas ou alguns comportamentos. O mais básico é não atender ligações de números que você não conhece", orienta o especialista.
Mais informações na reportagem de Ícaro Oliveira, para a TV Cidade | RECORD.
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