Em edição extraordinária, o Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz alerta que o quadro geral do país se mantém extremamente crítico. Apenas dois estados e suas respectivas capitais aparecem na zona de alerta intermediário de leitos de UTI Covid-19 para adultos - Amazonas, com 76%, e Roraima com 62%, segundo dados obtidos em 29 de março.
São Luís foi elencada entre as capitais brasileiras com taxas iguais ou superiores a 90% de ocupações de leito de UTI para adultos com coronavírus no Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz. Na atualização da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) dessa quarta-feira (24), o número exato da taxa de ocupação para leitos de UTI na cidade, ficou em 96,81%. De acordo com o trecho do Observatório Covid-19, os pesquisadores descrevem o cenário do sistema de saúde como colapsado. Ao lado de São Luís, estão: Porto Velho (100%), Rio Branco (94%), Macapá (99%), Teresina (99%), Fortaleza (96%), Natal (96%), João Pessoa (93%), Aracaju (91%), Belo Horizonte (107%), Vitória (96%), São Paulo (92%), %), Curitiba (100%), Florianópolis (98%), Porto Alegre (103%), Campo Grande (106%), Cuiabá (99%), Goiânia (98%) e Brasília (99%).
Veja mais detalhes na reportagem abaixo de Rafaela Moreira:
Todos os demais estados e o Distrito Federal permanecem na zona de alerta crítico, com taxas de ocupação superiores a 80%. Responsáveis pelo Boletim, os pesquisadores do Observatório apontam que a situação de São Paulo serve como um alarme do quanto a crise atual afeta o sistema de saúde e o quadro sanitário do país.
O estado é o mais rico e populoso do país (concentra 21,9% da população) e contava, em fevereiro de 2020, com 111 municípios com estrutura hospitalar para o enfrentamento da Covid-19 (26,4% em relação ao total do país). Já os estados de Roraima e Amazonas, que já passaram por crises e colapsos e são os únicos na situação de alerta intermediário neste momento, totalizavam 0,4% dos municípios do país com esta capacidade instalada e possuem 2,3% da população estimada para 2020.
Dezessete estados e o Distrito Federal encontram-se com taxas de ocupação de leitos de Covid-19 para adultos superiores a 90%: no Norte, Rondônia (98%), Acre (97%), Amapá (100%) e Tocantins (97%); no Nordeste, Piauí (96%), Ceará (94%), Rio Grande do Norte (95%) e Pernambuco (97%); no Sudeste, Minas Gerais (94%), Espírito Santo (94%) e São Paulo (92%); no Sul, Paraná (93%), Santa Catarina (99%) e Rio Grande do Sul (95%); e no Centro Oeste, Mato Grosso do Sul (100%), Mato Grosso (97%), Goiás (94%) e Distrito Federal (97%). Outros sete estados apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos entre 84% e 89%: no Norte, Pará (85%); no Nordeste, Maranhão (88%), Paraíba (84%), Alagoas (86%), Sergipe (86%) e Bahia (86%); e no Sudeste, Rio de Janeiro (88%).
Para reverter o contexto atual, os pesquisadores reafirmam a necessidade de combinar medidas de contenção (lockdown) por cerca de 14 dias – tempo mínimo necessário para redução significativa das taxas de transmissão e número de casos (em torno de 40%) e redução das pressões sobre o sistema de saúde –, medidas de resposta para a adequação de oferta de leitos e a ampliação das ações de saúde da Atenção Primária em Saúde (APS), com abordagem territorial e comunitária.
Com informações da Fiocruz.