Covid-19: suspensão rápida das restrições pode ser desastrosa

Covid-19: suspensão muito rápida das restrições pode ser desastrosa
Foto: Freepik.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou na segunda-feira aos países que suspender muito rapidamente as restrições devido à Covid-19 pode ser “desastroso” para quem ainda não está vacinado. 

O diretor-geral Tedros Ghebreyesus apontou o aumento da transmissão global de variantes de preocupação. Ele sublinhou ainda o que chamou de flagrante desigualdade da vacina que criou uma “pandemia de duas vias”.

Cautela 

O chefe da agência da OMS pediu cautela na suspensão das restrições quanto à circulação viral e capacidade de resposta, porque muitas nações países ainda enfrentam uma situação extremamente perigosa. 

Em Genebra, o diretor de Emergências respondeu a um jornalista sobre a possível realização da Copa América no Brasil.  

Michael Ryan destacou que a OMS oferece assessoria sobre as ameaças em todas as concentrações de massas quando é solicitada, incluindo eventos religiosos e desportivos.  

Ele defende grande planejamento, muita avaliação e gestão de risco além de uma compreensão de como essa eventual ameaça pode ser reduzida a zero, em caso de eventos desportivos.

Transmissão comunitária 

Para Ryan, chegar a essa meta requer uma série de medidas implementadas de forma muito metódica.  

O apelo a qualquer país levando a cabo tal tipo de concentração, especialmente em contexto de transmissão comunitária, é que seja muito cuidadoso para assegurar que haja um apropriado gerenciamento de risco. Caso essa gestão não aconteça, ele disse que deve ser repensado se se poderá acolher qualquer grande concentração. 

Ryan apontou ainda para uma ameaça potencial de se espalharem as infeções e que os países precisam levar isso em conta. Mas declarou que os Estados e comitês organizadores têm decisão soberana.  

Para o especialista, qualquer eventual ameaça evitaria que tais situações se tornassem problemáticas em termos de transmissão da doença.

Seis meses 

Já o diretor-geral da OMS contou que algumas nações ainda enfrentam uma situação extremamente perigosa, enquanto as que têm altas taxas de vacinação mais altas estão começando a falar sobre o fim das restrições. 

Tedros realça que meio ano após a administração das primeiras vacinas, países de alta renda aplicaram quase 44% das doses mundiais. Os de baixa renda conseguiram apenas 0,4%, uma situação frustrante para a agência. Até sexta-feira, um total de 1.900.955.505 doses foram administradas. 

A expectativa é que até o final de 2021, África tenha identificado ou alguns países da região estejam próximos de produzir a vacina respondendo à urgência em distribuir imunizantes pelo continente.

Tecnologia 

O chefe da agência da ONU também convocou empresas farmacêuticas como a Pfizer e a Moderna, cujas vacinas contam com a chamada tecnologia de mRNA, que compartilhem seus conhecimentos sobre a Covid-19.  

A iniciativa Technology Access Pool partilha de vacinas, medicamentos e ferramentas de diagnóstico de combater à pandemia e foi lançada em maio. 

A semana passada marca o sexto período consecutivo de queda de novos casos e o quinto em relação a mortes. Atualmente, a agência soma 173.005.553 infectados e 3.727.605 óbitos devido à pandemia. 

Fonte; ONU News.

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