Mais 500 professores da educação básica terão formação em estudos africanos

Mais 500 professores da educação básica terão formação em estudos africanos
Foto: GilsonTeixeira.

No próximo ano, mais 500 professores da educação básica do Maranhão passarão por formação em Estudos Africanos. A qualificação é fruto de convênio entre o Governo do Estado e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

O acordo que trata do projeto de formação de professores e gestores, dentro da política de promoção da igualdade racial no Maranhão, foi assinado pelo governador Flávio Dino durante reunião com reitores de universidades do Brasil e de Moçambique, nesta terça-feira (19), no Palácio dos Leões, em São Luís.

Assinado na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, o termo de cooperação técnico-científico firmado entre a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e o Curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da UFMA, prevê intercâmbio de 45 alunos da graduação em Estudos Africanos para trabalho de campo em Maputo, capital de Moçambique, país lusófano localizado no sul da África.

A assinatura do termo de cooperação está inserida na programação do II Colóquio Internacional Políticas Antirracistas no Mundo (II CIPAM) / VII Semana Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (VII SEAFRO) entre os dias 19 e 22 de novembro de 2019. Os eventos têm a parceria e o apoio do Governo do Estado do Maranhão, por meio da Seduc.

A viagem está prevista para setembro de 2020. No regresso ao Maranhão, os intercambistas ficam responsáveis pela formação em estudos africanos para os 500 educadores e gestores da rede estadual de ensino.

Esta já é a segunda parceria do gênero firmada entre o Governo do Maranhão e a UFMA. No primeiro convênio, estudantes de graduação em Estudos Africanos fizeram intercâmbio em Cabo Verde.

Até o dia 22 de novembro deste ano, 500 docentes e gestores da educação básica participam do Curso de Formação Continuada “Educação para as Relações Étnico-Raciais e para o ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira”. O curso é um dos resultados do primeiro Termo de Cooperação Técnico-Científica firmado entre a Seduc e a UFMA, e assinado no ano passado.

Participaram da solenidade de assinatura do termo de cooperação técnico-científico o reitor da UFMA, Natalino Salgado; o secretário de Educação, Felipe Camarão; o vice-reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, José Paulino Castiano; e a coordenadora do curso de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da UFMA, professora Kátia Regis.

Significado histórico

O governador Flávio Dino avalia que a assinatura do termo de cooperação tem um significado especial pelos objetivos históricos que ligam o Brasil a países da África lusófona.

“A colonização portuguesa nos une por meio do idioma, a luta anticolonial e anti-imperialista nos une. Essa união e essa fraternidade que nós gostaríamos de celebrar, união de quem sonha e tem esperança em um mundo mais justo, um mundo que seja capaz de prover serviços públicos e direitos para todos e todas, e com isso promover igualdade de chances e oportunidades e de igualdade de fruição, não só de bens materiais, mas sobretudo, igualdade para celebrar a vida”, pontuou Flávio Dino.

Criado em 2015, o curso de licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da UFMA é pioneiro nesse tipo de qualificação em território brasileiro, como explica o reitor da UFMA, Natalino Salgado.

“Este é um curso pioneiro no Brasil. Hoje ensinar e formar profissionais nesta área se tornou obrigatório, um estudo básico. Nós temos tido um crescimento desse curso pela sua importância, e esse crescimento tem sido dado muito com a parceria com o Governo do Estado, que tem proporcionado intercâmbio com países da Língua Portuguesa”, ressaltou Natalino.

Para o vice-reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, José Paulino Castiano, a assinatura do termo de cooperação é um ato histórico.

“Nós viemos para testemunhar esse grande ato histórico. Pela primeira vez um curso de licenciatura em Estudos Africanos e Afrobrasileiros passa um grau de licenciatura em uma universidade no Maranhão. Quero reafirmar aqui, como moçambicano e africano, que isso é motivo de grande orgulho. É por isso que desde a primeira hora dissemos que estamos dispostos a cooperar com esse projeto, que é um projeto de futuro”, salientou Castiano.

O secretário Felipe Camarão acredita que a parceria é mais um acerto do Governo do Estado na área da educação. Ele detalhou as etapas da parceria técnico-científico.

“Pelo segundo ano consecutivo nós firmamos esse pacto com a UFMA para enviar estudantes da licenciatura, que é a primeira do Brasil em estudos africanos. Nossos estudantes irão para Moçambique desta vez, e na volta irão fazer essa formação com os nossos professores da rede estadual, uma formação interdisciplinar para professores de História, de Geografia, Biologia, Língua Portuguesa, Produção Textual, dentre outras áreas”, destacou.

Com informações do Governo do Maranhão.

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